terça-feira, setembro 29, 2009

RECICLAGEM: TECNOLOGIAS E MATERIAIS

Por Jaqueline B. Ramos *

Para ter uma conduta sustentável no dia-a-dia, todo mundo deve ter em mente o conceito dos 5Rs: Repensar os hábitos de consumo e descarte, Recusar e não consumir produtos que prejudicam o meio ambiente e a saúde, Reduzir o consumo desnecessário, Reutilizar e recuperar ao máximo antes de descartar e, finalmente, promover a Reciclagem dos materiais descartados.

Em linhas gerais, a Reciclagem promove benefícios não só ambientais, mas também sociais e econômicos. Além de diminuir a pressão sobre os recursos naturais, processos de reciclagem geram trabalho e renda para um grande número de pessoas. A reciclagem converte, através de processos industriais e, em alguns casos, até artesanais, a matéria-prima do lixo descartado em produto semelhante ao inicial ou em outro produto.

O primeiro passo para entender a reciclagem é mudar o conceito que se tem de lixo como uma coisa suja e inútil. A verdade é que, por conta de diferentes tecnologias e materiais, é possível trazer de volta ao ciclo produtivo o que tinha sido jogado fora. Daí a origem do nome Re – repetir - e cycle (ciclo, em inglês).

Mesmo sem um marco regulatório para a reciclagem, o Brasil consegue movimentar cerca de R$ 8 bilhões anuais com o setor, gerando renda a 800 mil catadores, mantendo 550 cooperativas e empregando formalmente 50 mil pessoas em indústrias destinadas ao reaproveitamento do lixo seco. Hoje a reciclagem atinge 12% do lixo urbano no país, com potencial para atingir muito mais se os processos passarem a ter mais incentivo do Poder Público.

Veja a seguir um panorama das tecnologias e métodos de reciclagem de diferentes materiais já colocados em prática:

Aço

A reciclagem do aço é tão antiga quanto a própria história da utilização do metal pela humanidade. A lata jogada no lixo pode voltar infinitas vezes em forma de tesoura, maçaneta, arame, automóvel ou uma nova lata. O aço se funde à temperatura de 1.300 graus centígrados e assume um novo formato sem perder suas características de dureza, resistência e versatilidade. Ou seja, ele é infinitamente reciclado.

A ferrugem (oxidação) que vai consumindo o aço colocado em contato com a natureza faz com ele seja o único material de embalagem degradável num prazo médio de 3 anos. Reutilizar a lata de aço é outra forma de economizar energia, matéria-prima e tratamento do lixo.

Alumínio

O alumínio é um dos materiais que tem maior reciclabilidade, ou seja, pode ser produzido inúmeras vezes sem perder suas qualidades no processo de reaproveitamento. O exemplo clássico é a lata de alumínio para bebidas, que após processo industrial se transforma novamente em lata e pode voltar ao ciclo de produção de forma infinita.

A reciclagem de alumínio é feita tanto a partir de sobras do próprio processo de produção como de sucata gerada por produtos com vida útil esgotada. Na verdade a reciclagem tornou-se uma característica intrínseca da produção de alumínio, pois as empresas sempre tiveram a preocupação de reaproveitar retalhos de chapas, perfis e laminados gerados durante o processo de fabricação.

A cada quilo de alumínio reciclado, cinco quilos de bauxita (minério de onde se produz o alumínio) são poupados. Para se reciclar uma tonelada de alumínio gasta-se somente 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário.

Embalagens PET

Quando reciclada, a embalagem PET (polietileno tereftalato) tem inúmeras vantagens sobre outras embalagens do ponto vista da energia consumida, consumo de água, impacto ambiental e benefícios sociais. O polímero de PET é um poliéster, um dos plásticos mais reciclados em todo o mundo devido a sua extensa gama de aplicações: fibras têxteis, tapetes, carpetes, não-tecidos, embalagens, filmes, fitas, cordas, compostos, entre outros.

A reciclagem de PET pode ser dividida em quatro etapas: coleta, seleção, revalorização e transformação. As etapas de coleta e seleção representam o grande desafio da reciclagem do PET pós-consumo. Milhões de dólares são gastos em logística, distribuição e marketing para que os consumidores comprem produtos embalados em PET.

A etapa de transformação utiliza o material revalorizado e o transforma em outro produto vendável, o produto reciclado. A etapa de revalorização realiza a descontaminação e adequação do material coletado e selecionado para que possa ser utilizado como matéria prima na indústria de transformação. A embalagem PET é 100% reciclável.

Embalagens Tetrapak

Uma das novidades da reciclagem da embalagem longa-vida / tetra pak é o processo Plasma. Por esse método, papel, alumínio e plástico da embalagem são reaproveitados. Antes, somente o papelão era reciclado. O processo foi desenvolvido no Brasil pelas empresas Tetra Pak, Klabin e TSL Ambiental.O sistema já despertou interesse de outros países e usa energia elétrica para produzir um jato de plasma e aquecer a 15 mil graus Celsius a mistura de plástico e alumínio. Assim, o plástico é transformado em parafina e o alumínio é recuperado. Um dos projetos que mais faz sucesso utilizando esta tecnologia é a transformação do plástico e alumínio das embalagens em placas e telhas recicladas para construção civil.

Entulho

O maior problema para a reciclagem de entulho é o desperdício e a disposição inadequada em terrenos baldios e margens de rios. Os custos destes problemas são distribuídos por toda a sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos de remoção e tratamento do entulho.

Os resíduos de construção e demolição consistem em concreto, estuque, telhas, metais, madeira, gesso, aglomerados, pedras, carpetes etc. Muitos desses materiais e a maior parte do asfalto e do concreto utilizado em obras podem ser reciclados. É possível produzir agregados - areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção de encostas, canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto. Da mesma maneira, pode-se fabricar componentes de construção - blocos, briquetes, tubos para drenagem, placas.

A reciclagem de entulho pode ser realizada com instalações e equipamentos de baixo custo, apesar de existirem opções mais sofisticadas tecnologicamente. Havendo condições, pode ser realizado na própria obra que gera o resíduo, eliminando os custos de transporte.

Papel

A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação, pois a matéria-prima do produto já está escassa devido a todos os problemas de desmatamento de florestas. Na fabricação de uma tonelada de papel a partir de papel usado, o consumo de água é muitas vezes menor e o consumo de energia cai pela metade. Economizam-se 2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica com uma tonelada de papel reciclado.

O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório, envelopes, papel para impressão, entre outros usos.

Pneus

O surgimento dos pneus de borracha fez com que fossem substituídas as rodas de madeira e ferro, usadas em carroças e carruagens desde os primórdios da História. Porém, a utilização dos pneus de borracha trouxe consigo a problemática do impacto ambiental, uma vez que a maior parte dos pneus descartados fica abandonado em locais inadequados e causa grandes transtornos para a saúde e a qualidade de vidas humanas.

Uma forma encontrada para amenizar esse impacto foi a utilização das metodologias de reciclagem e reaproveitamento, como a recauchutagem, que tem sido um mecanismo bastante utilizado para conter o descarte de pneus usados. Esta técnica permite que o recauchutador adicione novas camadas de borracha nos pneus velhos, aumentando a vida útil do pneu em 100% e proporcionando uma economia de cerca de 80% de energia e matéria-prima em relação à produção de pneus novos.

O processo de recuperação e regeneração dos pneus exige a separação da borracha vulcanizada de outros componentes (como metais e tecidos, por exemplo). Os pneus são cortados em lascas e purificados por um sistema de peneiras. As lascas são moídas e depois submetidas à digestão em vapor d'água e produtos químicos, como álcalis e óleos minerais, para desvulcanizá-las.

Vidro

O vidro é uma mistura de areia, barrilha, calcário, feldspato e aditivos que, derretidos a cerca de 1.550°C, formam uma massa semi-líquida que dá origem a embalagens ou a vidros planos. O principal componente do vidro é a sílica. É possível fazer vidro só com a fusão da sílica. Boa parte dessas matérias primas é importada ou provém de jazidas em franco esgotamento.

Na reciclagem do vidro, o caco funciona como matéria-prima já balanceada, podendo substituir o feldspato que tem função fundente, pois o caco precisa de menos temperatura para fundir. Os cacos devem ser separados por cor (transparente, marrom e verde). O vidro comum funde a uma temperatura entre 1000oC e 1200oC, enquanto que a temperatura de fusão da fabricação do vidro, a partir dos minérios, ocorre entre 1500 oC e 1600 oC.

A fabricação do vidro a partir dos cacos economiza energia gasta na extração, beneficiamento e transporte dos minérios não utilizados. A economia de energia é a principal vantagem do processo.

Fontes: Ambiente Brasil, Cempre, Tetrapak

DADOS E CURIOSIDADES SOBRE RECICLAGEM

Fonte: Ambiente Brasil

*Publicado na edição n. 86 (julho/agosto 2009) do Informativo do Instituto Ecológico Aqualung

CURTAS AMBIENTAIS

Por Jaqueline B. Ramos*

Amazônia em regeneração

De acordo com recente levantamento consolidado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cerca de 20% das áreas desmatadas na Amazônia possuem florestas em regeneração. É a primeira vez que essas matas secundárias - também chamadas capoeiras - são mapeadas em detalhe, com base em imagens de satélite.Os resultados já estão prontos para os Estados de Mato Grosso, Pará e Amapá, que juntos têm uma média de 19,5% de áreas desmatadas em regeneração. Os demais Estados serão mapeados até o fim do ano e segundo pesquisadores do Inpe a média não deve variar muito.

Vistas do solo, as capoeiras podem até parecer uma floresta nativa, com árvores grandes. Porém, vários estudos relatam que elas dificilmente recuperam a biodiversidade das florestas primárias que foram derrubadas. São tipicamente formadas por menos espécies, tanto de flora quanto de fauna, e têm menos biomassa - o que significa, também, menos carbono.

Mapa climático circuito Rio-SP

As maiores cidades brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, terão seus riscos e impactos do aquecimento global mapeados por um estudo inédito do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em conjunto com a Unicamp. O projeto foi anunciado em julho e segundo o pesquisador Carlos Nobre, coordenador do mapeamento pelo Inpe, a idéia é traçar os principais impactos e propor ações para amenizar os efeitos do aquecimento global nas duas cidades.

O mapeamento no Rio e SP consiste numa proposta piloto que servirá para posterior aplicação em outras metrópoles brasileiras. Os cientistas pretendem detalhar as vulnerabilidades a partir de um conjunto de dados sobre as duas cidades que inclui aspectos urbanos, socieconômicos e geográficos. A previsão é que o estudo esteja concluído em 2010, para ser apresentado aos governos federal, estadual e municipal para a tomada de decisões sobre as ações propostas para minimizar os efeitos do aquecimento global.

Parque Eólico Brasileiro

No mês de agosto o Brasil ganhou um novo Parque Eólico, localizado no Ceará. O empreendimento é fruto da aliança entre dois grandes líderes no setor energético na América Latina: Cemig e IMPSA. Com 325 hectares e 19 aerogeradores, o Parque Eólico de Praias de Parajuru funcionará em conjunto com outras duass usinas a serem construídas no estado: Praia do Morgado e Volta do Rio.

Juntas, as três usinas terão capacidade para gerar 99,6 MW. A intenção é que nos próximos 20 anos esta energia gerada seja comercializada para a Eletrobrás. Os parques eólicos fazem parte do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), desenvolvido pelo Governo Federal, sob coordenação do Ministério de Minas e Energia (MME). A iniciativa visa fomentar o desenvolvimento das fontes renováveis como as eólicas, biomassas, solares, e de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s).

Bolívia sai na frente contra a exploração de animais em circos

A Bolívia saiu na frente no movimento contra o uso de animais em circos. Em julho o presidente Evo Morales assinou uma nova lei que proíbe o uso de qualquer animal em circo. Países como Áustria, Costa Rica, Finlândia e Dinamarca já proíbem há alguns anos animais em circos, mas apenas animais selvagens ou de determinadas espécies. A lei boliviana é a primeira do mundo que proíbe tanto o uso de animais domésticos como selvagens nos picadeiros.

A lei, apresentada pela congressista Ximena Flores of Potosi, surgiu como resultado das evidências de maus-tratos encontradas em uma investigação secreta realizada por uma ONG de proteção animal. Ela considera que o confinamento, privação e maus-tratos impostos aos animais nos circos são atos de crueldade extrema. Os circos terão o prazo de um ano para adequar-se completamente à nova regra, e durante esse período serão duramente fiscalizados pelo governo.

Corais em perigo

Nos últimos meses vários foram os alertas dados por cientistas a respeito dos riscos de extinção de importantes recifes de corais. O renomado cientista Charlie Veron, líder científico do Instituto Australiano de Ciência Marinha, declarou à imprensa mundial que “Não há saída. A Grande Barreira de Corais da Austrália vai desaparecer em 20 anos ou menos.”

“Quando se atingir os altos índices de dióxido de carbono previstos para o período de 2030 e 2060, todos os recifes de corais estarão condenados à extinção. Eles serão os primeiros ecossistemas do mundo a entrar em colapso. Isso é atestado por todos os cientistas e organizações que estudam corais”, alerta Veron.

Alex Rogers, da Sociedade Zoológica de Londres e do Programa Internacional sobre o Estado do Oceano, também declarou recentemente: "A cozinha pegou fogo e o incêndio se espalha pela casa. Se agirmos de modo rápido e decisivo, poderemos apagá-lo antes que o dano se torne irreversível".

Em linhas gerais os cientistas ressaltam que oceanos cada vez mais ácidos e águas cada vez mais quentes, por causa das emissões de dióxido de carbono, podem extinguir os recifes dos mares até o fim deste século Os oceanos absorvem grandes quantidades de CO2 emitido pela queima de combustíveis fósseis e esta absorção prejudica o processo de calcificação usado por criaturas marinhas para criar conchas e os recifes de coral.

Raio-X do ambiente aquático

Paralelo aos alertas dos perigos sofridos pelos corais, no Brasil o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o documento Fauna Ameaçada de Extinção: Invertebrados Aquáticos e Peixes – 2009. O documento é o quarto e último de uma série lançada pelo órgão, desde 2006, trazendo informações sobre aves; mamíferos, répteis e anfíbios; e insetos e outros invertebrados terrestres que podem entrar em extinção, totalizando uma lista de 632 espécies.

No documento recém-lançado, afirma-se que atualmente há no país 238 espécies e subespécies de peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção. Entre elas, 41 apresentam estado mais crítico, como o marisco-do-junco, o ouriço-do-mar irregular, o cação-bico-doce e o surubim.A maioria desses animais com risco de desaparecer tem seu habitat em regiões de Mata Atlântica e em estados litorâneos, onde a ação do homem, principalmente com o crescimento das construções imobiliárias, interfere no ciclo natural das espécies.

Segundo Lícia Leone Couto, bióloga do IBGE, a extinção dos animais está ligada à atividade humana. "A principal causa de extinção é a destruição do habitat das espécies e isso ocorre prioritariamente pela ação do homem. Por isso, o mapa aponta maior risco de extinção de animais que têm maior ocorrência em cidades costeiras, que têm grande atividade de construções imobiliárias", explicou.

Medicina sem vivissecação

Passados dois anos desde que o sacrifício de animais foi abolido no curso de Medicina da UFRGS, professores e alunos estão muito satisfeitos. Conflito ético sobre o uso de animais vivos foi o principal motivo para a troca por modelos artificiais nas aulas práticas.

Alunos e professores garantem não haver nenhum prejuízo para o aprendizado médico. “Abolimos o uso de animais porque hoje não se precisa mais disso”, destaca o diretor da Famed, o médico endocrinologista Mauro Antônio Czepielewski. Não faltaram razões, pois havia alunos que não concordavam com o sacrifício dos cães e outros bichos nas aulas. Além da questão ética, a pressão das entidades protetoras dos animais era cada vez maior, conta o diretor.

A mudança foi bastante discutida, e resultou na implantação de um Laboratório de Técnica Operatória, que funciona apenas com réplicas artificiais das partes do corpo humano, explica o diretor. O projeto todo, com reforma de instalações e aquisição dos modelos, importados, custou cerca de R$ 300 mil, com recursos da própria Ufrgs, Famed, Hospital de Clínicas (o hospital universitário) e Promed, um programa do Ministério da Saúde que incentiva mudanças nos currículos dos cursos de medicina.

Em busca da pecuária ambientalmente correta

Depois de sofrer problemas com a comercialização de gado criado em áreas de desmatamento e após um mês de negociação, os dois maiores frigoríficos do Pará e o governo do estado assinaram um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) para adequar a produção pecuária às regras ambientais.

O termo de ajuste de conduta assinado com os frigoríficos Bertin e Minerva prevê uma moratória ao desmatamento, ou seja, as empresas compradoras vão exigir que os pequenos fornecedores comprovem que o gado não foi criado em área desflorestada ilegalmente, embargadas ou que utilizem mão de obra análoga à escravidão. Além disso, deverão exigir o reflorestamento de áreas degradadas e o licenciamento ambiental.

Os frigoríficos terão que informar a origem da carne aos consumidores e ao MPF, que vai checar a existência de trabalho escravo, crimes ambientais ou problemas fundiários, como de grilagem ou invasão de terras indígenas e unidades de conservação.Com a assinatura do acordo, as empresas que receberam a recomendação do MPF para encerrar os contratos com os frigoríficos poderão retomar as operações, entre eles os grupos Pão de Açúcar, Carrefour e Wal Mart, que suspenderam as compras de carne dessas empresas desde o mês de junho.

Mata Atlântica on line

No mês de julho, o Instituto BioAtlântica lançou a plataforma GeoAtlântica, que contém dados sobre o bioma mais ameaçado no Brasil: a Mata Atlântica. Mais de 50 fontes contribuíram para a consolidação da base de dados, que inclui informações sobre infra-estrutura, estradas, vias, dutos, portos, hidrelétricas. Foram listadas todas as Unidades de Conservação, federais, municipais e particulares, sendo a base mais completa sobre as UCs nas regiões que agregam a Mata Atlântica..O acesso é gratuito e visa auxiliar no planejamento de ações ambientais. O usuário pode fazer consultas e montar mapas específicos usando filtros e combinando os dados da maneira que julgar necessário. A ideia é que a ferramenta funcione como um suporte para a tomada de decisões no que diz respeito à preservação e conservação da floresta. A plataforma pode ser acessada pelo endereço: www.bioatlantica.org.br/geoatlantica

Brasil na liderança do comércio de agrotóxicos

De acordo com estudo da consultoria alemã Kleffmann Group, o Brasil é atualmente o maior mercado de agrotóxicos do mundo. O levantamento foi encomendado pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), que representa os fabricantes, e mostra que essa indústria movimentou no ano passado US$ 7,1 bilhões. O segundo colocado são os Estados Unidos, com US$ 6,6 bilhões.

Em 2007, a indústria nacional girou US$ 5,4 bilhões, segundo Lars Schobinger, presidente da Kleffmann Group no Brasil. O consumo cresceu no país, apesar de a área plantada ter encolhido 2% em um ano.

Mesmo liderando o comércio, o consumo por hectare ainda é pequeno em relação a outros países. De acordo com o levantamento, o gasto do produtor brasileiro com agrotóxico ainda é pequeno. Em 2007, gastou-se US$ 87,83 por hectare. Na França, os produtores desembolsaram US$ 196,79 por hectare, enquanto no Japão a despesa foi de US$ 851,04.

Ajuda para descarte adequado de baterias e óleo de cozinha

O consumidor brasileiro tem mais duas opções para fazer o descarte de alguns resíduos mais complexos de forma ambientalmente correta. Pilhas e baterias usadas podem ser levadas às agências do Banco Real e colocadas no Papa-Pilhas.

As pilhas e baterias de celulares, câmeras digitais, controle remoto, relógios etc contém materiais que contaminam o solo e os lençóis freáticos, deixando-os impróprios para utilização e consumo. Por isso a necessidade do descarte adequado e especial, e não simplesmente no lixo comum.

Na mesma linha está o óleo de cozinha usado, que despejado na rede de esgoto pode contaminar uma grande quantidade e água – calcula-se que um litro de óleo contamine um milhão de litros de água. Sem contar que ainda provoca a impermeabilização dos leitos e terrenos próximos, contribuindo para a ocorrência de enchentes.

Óleo de cozinha usado pode ser levado em recipientes de plástico ou vidro para qualquer loja das redes Pão de Açúcar e Extra. Todo óleo de cozinha coletado será encaminhado para cooperativas e empresas recicladoras, que o utilizarão como matéria-prima para a produção de biocombustível.

Fontes: Ambiente Brasil, ENN, Ecoagência de Notícias, Portal do Meio Ambiente

*Publicado na edição n. 86 (Julho/Agosto 2009) do Informativo do Instituto Ecológico Aqualung