quarta-feira, dezembro 27, 2006

Educação ambiental: reorientação das nossas relações
com a natureza e os animais
Por Jaqueline B. Ramos*
"Somente quando entendermos, nos importaremos. Somente quando nos importarmos, ajudaremos. Somente quando ajudarmos, os salvaremos."

Dra. Jane Goodall, primatóloga e antropóloga britânica que estudou a vida social e familiar dos chimpanzés ao longo de 40 anos

Uma das maiores descobertas da reflexão e estudo sobre meio ambiente é que tudo (tudo mesmo) a sua volta, inclusive você, está dentro dele (ou é ele). Essa afirmação parece tão óbvia que corre o sério risco de perder sua importância e cair na armadilha de “papo chato de ambientalista”. Mas foi em armadilha similar que o homem caiu e se enraizou, criando a cultura da natureza como fonte inesgotável de recursos e do ‘quanto mais melhor’, não importa as consequências.

Exemplificando, entre estes recursos estão os animais. Além de fonte de alimentos, os animais hoje são explorados das mais variadas formas (experiências em laboratórios, tráfico, circos etc). E por acreditar ser superior às outras criaturas, o homem desenvolveu formas de exploração extremamente injustas e covardes, o que causa sofrimento e dor aos animais.

Do que precisamos então? Primeiramente entender que não somos melhores e nem piores que os animais. Nossa relação com eles é mais uma entre as inúmeras relações que encontramos na natureza. Segundo: faz-se necessário repensar os modelos e o modo de lidar com nosso cotidiano, reorientando nossos costumes. Em outras palavras, para fazermos as pazes com a natureza e os animais, precisamos colocar em prática a educação ambiental.

Educação ambiental não é assunto para ser discutido somente por educadores ou matéria de escola. É assunto para se refletir na família, com o seu vizinho, com os amigos, na empresa, na igreja, nos jornais, enfim, para se colocar em prática no dia-a-dia. Da separação do lixo em casa à escolha de um produto ambientalmente responsável, diz respeito à quebra de paradigmas ultrapassados em prol de relações mais sustentáveis e da qualidade de vida. Esse é o caminho que levará, mesmo que seja a longo prazo, a mudanças em costumes que precisam ser aprimorados, do contrário o planeta não comportará tamanhos excessos. E as relações com animais, no meio disso tudo, ficarão cada vez mais injustas, causando malefícios para eles e para nós mesmos.

*Texto publicado na revista do IVVA-Campinas (Instituto de Valorização da Vida Animal) - ano 1, n. 2 - setembro/outubro 2006

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