quinta-feira, abril 03, 2008

Vender ou não animais silvestres, eis a questão...

por Jaqueline B. Ramos*

Mesmo sendo ameaçada de extinção, a ararajuba é uma das espécies que constam na proposta de lista do Ibama de animais silvestres que poderão ser comercializados oficialmente como pets. Proposta gera polêmica e reacende debate ético sobre "pets selvagens"

Há pouco menos de um mês deu-se início uma batalha no campo da comercialização de animais silvestres no Brasil. De um lado o Ibama, que lançou uma consulta pública, que será finalizada neste próximo dia 6 de abril, sobre a lista que define 54 espécies nativas como as únicas que poderão ser vendidas como pets. Do outro os criadores comerciais, dizendo que a lista é muito restritiva e consiste numa ameaça aos trabalhos de conservação que poderiam ser feitos com os investimentos na reprodução dos bichos criados em cativeiro. E no meio disso tudo estão os animais, vivendo em cativeiro ou correndo riscos na natureza, o tráfico a todo vapor e os questionamentos éticos sobre a aquisição de uma espécie selvagem como animal de companhia.

Das 54 espécies listadas pelo Ibama, 51 são aves (a maior parte psitacídeos, como os papagaios) e três são répteis (iguana e dois lagartos). E pára por aí. Se esta lista for aprovada, nenhum primata ou outro mamífero brasileiro, por exemplo, poderá mais ser vendido como animal de companhia. Mas porque uma mudança como essa depois de tanto tempo de comércio legalizado? Segundo a COEFA, Coordenação de Gestão do Uso de Espécies de Fauna do Ibama em Brasília, setor que liderou o trabalho de definição das espécies, os objetivos da lista são combater o tráfico, problema antigo e crescente no Brasil, e aprimorar o trabalho de controle dos técnicos do instituto, que passariam a ter um documento oficial como base para consulta no processo de fiscalização.

Leia a reportagem completa no site O ECO aqui.

*Publicado no site O ECO em 03/04/2008

2 comentários:

Unknown disse...

Oi, Jaqueline!
Tudo bom?
Até que enfim li um texto explicando o conflito de interesses que envolve a Consulta Pública do IBAMA, no que diz respeito a lista de animais que podem ser comercializados como pets.
Recebi um email com abaixo-assinado, mas não compreendia a lógica de legalizar a venda de animais, inclusive ameaçados de extinção.
Li seu texto no site do O Eco e concordo com o que foi dito no último parágrafo. No final das contas, a liberação facilitará o tráfico de animais.
Para mim, se o IBAMA quer proteger nossa fauna, deveria concentrar-se na questão do tráfico de animais, que é a segunda atividade ilegal mais rentavél no país, abaixo apenas do tráfico de drogas.
Cheguei a conversar com a ASCOM do IBAMA que afirmou que a consulta pública é realamente controversa, e encontra resistencia dentro do próprio IBAMA.
Acho que a mídia, de uma forma geral, falou pouco sobre o assunto e assim, perdemos a oportunidade de ampliar o debate.
Que bom que vc levantou a questão.
Vou mandar seu texto para os vários amigos que assinaram o abaixo-assinado da PEA.
Abraço,
Márcia Pimenta

Unknown disse...

Oi Jacque,
acho que este Kaghan é um vírus.
Foi enviado pram mim um email avisando do coemnt´rio e quando cliquei no "here" acusou vários vírus.
Cuidado!
Abraço,
márcia