Construção sustentável: o desafio da eficiência ambiental, social e econômica
Por Jaqueline B. Ramos*
A aplicação de conceitos de conservação ambiental e sustentabilidade deve começar dentro de casa. Mas, idealmente mesmo, deve começar na fase da construção do imóvel, seja para uso residencial ou comercial. Entre os vários argumentos para não se colocar em dúvida o porquê da Construção Sustentável, há um que se destaca: muitos não sabem, mas 50% dos gases que provocam o efeito do aquecimento da atmosfera são produzidos e emitidos por atividades da indústria de construção, superando, por exemplo, a poluição que impacta a temperatura global causada por meios de transporte.
Mas o que é Construção Sustentável? As primeiras citações do conceito foram feitas na década de 70, quando a humanidade se viu às voltas com a crise do petróleo. Mas o primeiro grande evento internacional que abordou especificamente o tema aconteceu em 1997, na cidade de Helsink, na Finlândia. Como todos os temas na área ambiental, o conceito de construção sustentável vem amadurecendo e ganhando novas prioridades desde então. De uma forma geral pode-se definir que consiste num sistema construtivo que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras (conceito baseado na definição de desenvolvimento sustentável, do relatório Bruntland/ONU).
Ao longo dos anos e com a colocação das ações construtivas em prática, percebeu-se que a construção sustentável não consiste numa “receita de bolo” para resolução de problemas pontuais, mas sim numa forma de pensar a construção de forma multidisciplinar, aliando questões ambientais, sociais e econômicas e usando diferentes áreas de conhecimento para atingir os objetivos de sustentabilidade propostos.
Dentro do conceito de construção sustentável engloba-se desde o modelo mais antigo conhecido como Earthship – sistema arquitetônico de habitação autônoma criado nos anos 70 baseado no uso de resíduos como material de construção, economia e reaproveitamento de água e uso de energia alternativa e de fontes renováveis – até, por exemplo, a idéia de edificação saudável - preserva o meio ambiente e também protege seus ocupantes ou moradores da poluição dos grandes centros urbanos, não sendo uma fonte geradora de doenças, a exemplo do que é conhecido como SEE – Síndrome do Edifício Doente.
O fato é que a construção de uma casa verdadeiramente ecológica, com impactos ambientais minimizados ou eliminados ainda consiste em um desafio, conforme cita Vanderley M. John, Conselheiro e Diretor do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) em entrevista concedida ao Informativo do Instituto Ecológico Aqualung. Segundo Dr. John, a formação de recursos humanos que permitam colocar em prática avanços já conhecidos em termos de uso eficiente de energia e de água, uso de materiais de alto durabilidade e renováveis e busca da qualidade ambiental interna e externa, preceitos da construção sustentável, é urgente no Brasil, pois o setor tem forte tendência para se desenvolver no país. Leia abaixo a entrevista:
Mas o que é Construção Sustentável? As primeiras citações do conceito foram feitas na década de 70, quando a humanidade se viu às voltas com a crise do petróleo. Mas o primeiro grande evento internacional que abordou especificamente o tema aconteceu em 1997, na cidade de Helsink, na Finlândia. Como todos os temas na área ambiental, o conceito de construção sustentável vem amadurecendo e ganhando novas prioridades desde então. De uma forma geral pode-se definir que consiste num sistema construtivo que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras (conceito baseado na definição de desenvolvimento sustentável, do relatório Bruntland/ONU).
Ao longo dos anos e com a colocação das ações construtivas em prática, percebeu-se que a construção sustentável não consiste numa “receita de bolo” para resolução de problemas pontuais, mas sim numa forma de pensar a construção de forma multidisciplinar, aliando questões ambientais, sociais e econômicas e usando diferentes áreas de conhecimento para atingir os objetivos de sustentabilidade propostos.
Dentro do conceito de construção sustentável engloba-se desde o modelo mais antigo conhecido como Earthship – sistema arquitetônico de habitação autônoma criado nos anos 70 baseado no uso de resíduos como material de construção, economia e reaproveitamento de água e uso de energia alternativa e de fontes renováveis – até, por exemplo, a idéia de edificação saudável - preserva o meio ambiente e também protege seus ocupantes ou moradores da poluição dos grandes centros urbanos, não sendo uma fonte geradora de doenças, a exemplo do que é conhecido como SEE – Síndrome do Edifício Doente.
O fato é que a construção de uma casa verdadeiramente ecológica, com impactos ambientais minimizados ou eliminados ainda consiste em um desafio, conforme cita Vanderley M. John, Conselheiro e Diretor do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) em entrevista concedida ao Informativo do Instituto Ecológico Aqualung. Segundo Dr. John, a formação de recursos humanos que permitam colocar em prática avanços já conhecidos em termos de uso eficiente de energia e de água, uso de materiais de alto durabilidade e renováveis e busca da qualidade ambiental interna e externa, preceitos da construção sustentável, é urgente no Brasil, pois o setor tem forte tendência para se desenvolver no país. Leia abaixo a entrevista:
Entrevista: Vanderley M. John, Doutor em Engenharia Civil, Conselheiro e Diretor do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS)
O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que tem por objetivo contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável por meio da geração e disseminação de conhecimento e da mobilização da cadeia produtiva da construção civil, de seus clientes e consumidores. Na visão da entidade, a sustentabilidade deve contemplar as dimensões social, econômica e ambiental da cadeia produtiva da indústria da construção civil. “Estamos trabalhando na formação de redes para o desenvolvimento de novas soluções e produtos, no fomento da formação de recursos humanos e de uma cultura da construção sustentável junto ao mercado e aos consumidores”, diz Dr. John.
IEA: Quais são os principais princípios da Construção Sustentável? O conceito de construção sustentável também engloba princípios de responsabilidade social?
Dr. John: A construção sustentável engloba o 'triple botton line' - meio ambiente,social e economia. Para equilibrar os impactos ambientais e sociais com os resultados econômicos, não devemos pensar só na construção civil. O foco é o ciclo de vida do edifício, pois a maior parte dos impactos ambientais e sociaisocorrem ao longo da utilização do edifício e mesmo a demolição tem impactoimportante.
Existem problemas universais, como mudança climática, emissão de CO2,preservação da natureza etc. Mas os problemas em cada localidade são diferentes. Por exemplo, para os americanos reduzirem a emissão de CO2 , é prioritário trabalhar a questão energética. No Brasil a prioridade talvez seja a questão amazônica, que, na construção, se traduz no uso de madeiras.
A construção sustentável não tem receitas. O desafio é buscar soluções que propiciem um ambiente construído com conforto e segurança, com menor impacto ambiental e maximizando os benefícios para sociedade como um todo (não apenas usuários diretos, mas também trabalhadores, vizinhos etc). Envolve questões diversas, como trabalhar exclusivamente dentro da formalidade ou legalidade (nada de material ou serviços sem nota ou com nota suspeita, respeito a toda a legislação etc), buscar soluções tecnológicas que reduzam o impacto da construção, uso e operação, manutenção e desmobilização do edifício. Temos uma necessidade de discutir sustentabilidade em habitações para classe média e baixa e habitações sociais também. Estas são responsáveis por boa parte dos materiais de construção.
Existem problemas universais, como mudança climática, emissão de CO2,preservação da natureza etc. Mas os problemas em cada localidade são diferentes. Por exemplo, para os americanos reduzirem a emissão de CO2 , é prioritário trabalhar a questão energética. No Brasil a prioridade talvez seja a questão amazônica, que, na construção, se traduz no uso de madeiras.
A construção sustentável não tem receitas. O desafio é buscar soluções que propiciem um ambiente construído com conforto e segurança, com menor impacto ambiental e maximizando os benefícios para sociedade como um todo (não apenas usuários diretos, mas também trabalhadores, vizinhos etc). Envolve questões diversas, como trabalhar exclusivamente dentro da formalidade ou legalidade (nada de material ou serviços sem nota ou com nota suspeita, respeito a toda a legislação etc), buscar soluções tecnológicas que reduzam o impacto da construção, uso e operação, manutenção e desmobilização do edifício. Temos uma necessidade de discutir sustentabilidade em habitações para classe média e baixa e habitações sociais também. Estas são responsáveis por boa parte dos materiais de construção.
IEA: Quais são os principais materiais usados atualmente para construções sustentáveis? Estes materiais são facilmente encontrados no mercado brasileiro? Seu preço é muito mais alto do que o dos materiais tradicionais?
Dr. John: Normalmente espera-se que seja feita uma lista de materiais sustentáveis e dos não-sustentáveis. Esta divisão não é possível, com exceção de alguns materiais que representam riscos à saúde dos usuários. A sustentabilidade de um material depende de seu processo de produção (matérias-primas, eficiência energética, tipo de combustível etc), da responsabilidade social da empresa que o produz e de sua utilização.. Não é sustentável utilizar um material produzido de forma eco-eficiente e socialmente responsável em uma aplicação para a qual ele não foi desenhado ou o consumo seja, exageradamente, elevado, que resulte em baixa durabilidade, ou ainda, em uma construção que utilize mão-de-obra informal ou desrespeite a legislação urbanística.
Assim, a sustentabilidade é produto de uma combinação de seleção correta domaterial para a aplicação em questão, seleção do fornecedor, que sejaeco-eficiente e socialmente responsável, detalhamento do produto que garantadurabilidade, utilização, manutenção e disposição final adequada. Nem sempre a madeira é mais sustentável que o concreto armado, por exemplo. Se a madeira for produto de extração ilegal, não é sustentável. Por outro lado, se for produzida por manejo florestal (certificada, preferencialmente), somente será sustentável se aplicada de forma durável. Eu diria que a durabilidade é combinar os materiais, cada um em uma aplicação na qual é mais eco-eficiente, selecionar fornecedores, projetar de forma a minimizar consumo do mesmo e protegê-lo da degradação.
IEA: É mais fácil aplicar conceitos de construção sustentável em nívelresidencial ou comercial/industrial (ou vice-versa)? Por que?
Dr. John: Depende de onde o imóvel estiver localizado e da função deste. Se for imóvel residencial na cidade de São Paulo, as questões da água e distâncias de transporte são fundamentais. Em grandes cidades, a permeabilidade do solo e a presença de vegetação são também fundamentais, particularmente em áreas adensadas. Infra-estrutura para coleta seletiva é importante. A energia ésempre importante.
No meio da Amazônia, um edifício em concreto exige o transporte de materiais por longas distâncias, e isso não é sustentável. Se não for economicamente viável não é sustentável. Em cada empreendimento pode se fazer muita coisa em prol da sustentabilidade. Basta a decisão e o desenvolvimento de soluções. Naturalmente soluções avançadas, mais radicais, como incorporação de painéis fotovoltaicos e vidros extremamente sofisticados, que melhoram muito a eco-eficiência, ainda são um investimento caro, em algumas situações. Se o objetivo for fazer uma obra que seja um marco na sustentabilidade, ela não vai sair barata. Mas, embora estas obras sejam inspiradoras, elas em si não são suficientes. Precisamos mudar a construção média.
No meio da Amazônia, um edifício em concreto exige o transporte de materiais por longas distâncias, e isso não é sustentável. Se não for economicamente viável não é sustentável. Em cada empreendimento pode se fazer muita coisa em prol da sustentabilidade. Basta a decisão e o desenvolvimento de soluções. Naturalmente soluções avançadas, mais radicais, como incorporação de painéis fotovoltaicos e vidros extremamente sofisticados, que melhoram muito a eco-eficiência, ainda são um investimento caro, em algumas situações. Se o objetivo for fazer uma obra que seja um marco na sustentabilidade, ela não vai sair barata. Mas, embora estas obras sejam inspiradoras, elas em si não são suficientes. Precisamos mudar a construção média.
IEA: Existem normas ou processos de certificação para construções sustentáveis?
Dr. John: O que se vê hoje são os 'edifícios verdes'. Duas metodologias estrangeiras começam a ser aplicadas no mercado brasileiro: a norte-americana LEED e a francesa HQE. Várias instituições de pesquisa brasileiras, dentre elas o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, estão discutindo metodologias próprias.
Dr. John: O que se vê hoje são os 'edifícios verdes'. Duas metodologias estrangeiras começam a ser aplicadas no mercado brasileiro: a norte-americana LEED e a francesa HQE. Várias instituições de pesquisa brasileiras, dentre elas o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, estão discutindo metodologias próprias.
Em primeiro lugar, certificação nada mais é que uma forma de comunicação. Nomundo inteiro a quantidade de edifícios certificados é pequena, pois elessão desenhados para identificar uma elite de empreendimentos. O LEED estimater certificado 1% do mercado dos EUA, boa parte de edifícios pertencentes aórgãos públicos. Olhado do ponto de vista do número de empreendimentos, oimpacto da certificação é pequeno. Ocorre que estas certificações sãodesenhadas para destacar edifícios que adotam soluções muito avançadas, queatendam problemas prioritários para a sustentabilidade local. Diferente das certificações de qualidade, estas certificações são, por definição, não escaláveis. Algumas centenas ou milhares de edifícios certificados, por si,não vão alterar a sustentabilidade da construção brasileira, a menos que estes empreendimentos sejam indutores: inspirem novos empreendedores, criem mercados para produtos ecoeficentes e incentivem inovações tecnológicas.
Estamos no inicio do movimento, mas temos bases muito boas. Temos muitosprodutos no mercado (aquecedores solares, equipamentos para economia de água e energia, cimentos e aço mais eco-eficientes) e alguns estão entre os melhores do mundo. A certificação de madeiras avança. A qualidade melhorou bastante. Mas falta conhecimento. A formação de recursos humanos é urgente ecertamente é o nosso maior desafio.
IEA: Qual é a situação do Brasil no desenvolvimento e implementação deprojetos de construção sustentável, comparado com outros países? Que país mais se destaca atualmente?
Dr. John: Estamos naturalmente atrasados, mas estamos nos movimentando. O Brasil tem um patrimônio enorme já acumulado. Eletricidade renovável, indústrias de cimento, plástico e aço modernas e, na média, muito eco-eficientes, com produtos modernos, água etc.
Certamente a Inglaterra é o país mais avançado, pois tem uma política pública abrangente e progressiva, sofisticada. O sistema é complexo e único, e hoje tem 65 mil edifícios certificados e 200 mil em certificação. E algumas cidades já estão transformando os critérios de certificação de green buidling em regras municipais. Não tem nada igual no mundo. A Holanda também tem um sistema de políticas públicas muito avançado e, o mais interessante, não dá importância à certificação. A França tem um sistema de políticas públicas diferenciado (incluindo a certificação do impacto ambiental e da saúde dos materiais), que mais recentemente envolveu a criação de um sistema de avaliação chamado HQE.
IEA: Qual seriam as principais dicas para uma pessoa que vai construir uma casa do zero e pretende seguir os preceitos da construção sustentável – que entidades procurar, recorrer a que tipo de profissionais, quais seriam os principais fornecedores, cuidados na compra do terreno etc?
Dr. John: Economia de água, energia e segregação dos resíduos recicláveis sãofundamentais e dependem dos usuários. Energia é usar janelas, desligar a luze substituir as lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas. Trocara geladeira e outros equipamentos PROCEL A. E usar com sabedoria.Água é manutenção de vasos sanitários e torneiras: acabar com vazamentos e torneiras pingando. E também trocar vasos sanitários e válvulas hidras por novos de 6L. Isto é muito importante em condomínios, onde se precisa mobilizar a todos. Uma dica é acompanhar o consumo mensal destes dois insumos.
BOX: Nove princípios da Construção Sustentável
Segundo os sistemas de certificação que são referência na área de construção sustentável no mundo – BREEAM (Inglaterra), Green Star (Austrália), LEED (Estados Unidos) e HQE (França), existem nove princípios que norteiam as diretrizes de uma obra que se proponha a ser ambientalmente equilibrada. São eles:
Planejamento Sustentável da Obra
Aproveitamento passivo dos recursos naturais
Eficiência energética
Gestão e economia da água
Gestão dos resíduos na edificação
Qualidade do ar e do ambiente interior
Conforto termo-acústico
Uso racional de materiais
Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis
Fonte: IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica
BOX: Dicas de Construção e Habitação Sustentável
Uso eficiente de energia
1. Especificação de equipamentos com menor consumo e melhor eficiência possível na utilização do gás natural para todos os fins;
2. Iluminação de baixo consumo energético nas áreas comuns de uso contínuo, e iluminação “incandescente” com acionadores por sensor de presença nas áreas de uso esporádico ou intermitente. Este princípio, com maior tolerância, também é válido para as unidades privadas;
3. Planejamento do consumo energético e utilização de equipamentos para gerar energia em períodos de pico;
4. Melhor aproveitamento possível da iluminação natural, levando-se em conta a necessidade do seu controle;
5. Melhor condição de conforto térmico evitando a incidência da radiação solar direta através da adoção de soluções arquitetônicas tipo brises-soleil, venezianas, telas termo-screen externas, prateleiras de luz, vidros especiais que dispensam o uso de brises etc.;
6. Implementação e otimização de ventilação natural;
7. Adoção preferencial de acabamentos claros nas áreas de grande incidência de luz solar;
8. Tratamento das coberturas do edifício analisando a possibilidade de implementação de áreas verdes ou, caso esta solução não seja possível, utilizar pinturas reflexivas para diminuir a absorção de calor para o edifício;
9. Uso de soluções alternativas de produção de energia como a eólica ou a solar, de acordo com as condições locais. A indústria brasileira está se tornando cada vez mais forte na produção de equipamentos para estes fins, tornando viáveis estes projetos.
Uso eficiente de água
1. Captação, armazenamento e tratamento de águas pluviais para reutilização na irrigação, limpeza, refrigeração, sistema de combate a incêndio e demais usos permitidos para água não potável;
2. Utilização de bacias acopladas e válvulas especiais com o fluxo opcional por descarga, ou de sistemas a vácuo;
3. Reaproveitamento das águas de lavagem, com tratamento local, para utilização sanitária;
4. Utilização de torneiras com acionamento eletrônico ou temporizador por pressão em todas as aplicações passíveis.
Uso de materiais certificados e renováveis
1. Maximização na especificação de materiais sustentáveis objetivando o maior volume possível de utilização de materiais certificados, de manejo sustentável e recicláveis;
2. Planejamento para maior durabilidade possível nas especificações visando alta performance e evitando obsolescência prematura;
3. Utilização de materiais cujos processos de extração de matérias primas, beneficiamento, produção, armazenamento e transporte causem menor índice de danos ao meio ambiente e não estejam baseados em condições de trabalho indignas para os operários.
Qualidade ambiental interna e externa
1- Projetar utilizando técnicas que permitam uma construção mais econômica, menos poluente e que impacte de forma menos agressiva o meio ambiente;
2- Evitar ao máximo a impermeabilização do solo;
3- Evitar danos à fauna, flora, eco-sistema local e ao meio ambiente;
4- Planejar toda a obra e futura operação do edifício procurando minimizar a geração de lixo e resíduos;
5- Evitar todo e qualquer tipo de contaminação, degradação e poluição de qualquer natureza, visual, sonora, ar, luminosa etc;
6- Promover a segurança interna e externa do edifício e seus usuários;
7- Implantação e otimização de todos os recursos para a correta coleta seletiva do lixo, visando a reciclagem de materiais e a menor geração de resíduos descartáveis;
8- Evitar grandes movimentos de terra, preservando sempre que possível a conformação original do terreno;
9- Elaborar um plano eficiente de drenagem do solo para durante e após a execução das obras, evitando-se danos como erosão ou rebaixamento de lençol freático.
Fonte: ASBEA – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura
Segundo os sistemas de certificação que são referência na área de construção sustentável no mundo – BREEAM (Inglaterra), Green Star (Austrália), LEED (Estados Unidos) e HQE (França), existem nove princípios que norteiam as diretrizes de uma obra que se proponha a ser ambientalmente equilibrada. São eles:
Planejamento Sustentável da Obra
Aproveitamento passivo dos recursos naturais
Eficiência energética
Gestão e economia da água
Gestão dos resíduos na edificação
Qualidade do ar e do ambiente interior
Conforto termo-acústico
Uso racional de materiais
Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis
Fonte: IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica
BOX: Dicas de Construção e Habitação Sustentável
Uso eficiente de energia
1. Especificação de equipamentos com menor consumo e melhor eficiência possível na utilização do gás natural para todos os fins;
2. Iluminação de baixo consumo energético nas áreas comuns de uso contínuo, e iluminação “incandescente” com acionadores por sensor de presença nas áreas de uso esporádico ou intermitente. Este princípio, com maior tolerância, também é válido para as unidades privadas;
3. Planejamento do consumo energético e utilização de equipamentos para gerar energia em períodos de pico;
4. Melhor aproveitamento possível da iluminação natural, levando-se em conta a necessidade do seu controle;
5. Melhor condição de conforto térmico evitando a incidência da radiação solar direta através da adoção de soluções arquitetônicas tipo brises-soleil, venezianas, telas termo-screen externas, prateleiras de luz, vidros especiais que dispensam o uso de brises etc.;
6. Implementação e otimização de ventilação natural;
7. Adoção preferencial de acabamentos claros nas áreas de grande incidência de luz solar;
8. Tratamento das coberturas do edifício analisando a possibilidade de implementação de áreas verdes ou, caso esta solução não seja possível, utilizar pinturas reflexivas para diminuir a absorção de calor para o edifício;
9. Uso de soluções alternativas de produção de energia como a eólica ou a solar, de acordo com as condições locais. A indústria brasileira está se tornando cada vez mais forte na produção de equipamentos para estes fins, tornando viáveis estes projetos.
Uso eficiente de água
1. Captação, armazenamento e tratamento de águas pluviais para reutilização na irrigação, limpeza, refrigeração, sistema de combate a incêndio e demais usos permitidos para água não potável;
2. Utilização de bacias acopladas e válvulas especiais com o fluxo opcional por descarga, ou de sistemas a vácuo;
3. Reaproveitamento das águas de lavagem, com tratamento local, para utilização sanitária;
4. Utilização de torneiras com acionamento eletrônico ou temporizador por pressão em todas as aplicações passíveis.
Uso de materiais certificados e renováveis
1. Maximização na especificação de materiais sustentáveis objetivando o maior volume possível de utilização de materiais certificados, de manejo sustentável e recicláveis;
2. Planejamento para maior durabilidade possível nas especificações visando alta performance e evitando obsolescência prematura;
3. Utilização de materiais cujos processos de extração de matérias primas, beneficiamento, produção, armazenamento e transporte causem menor índice de danos ao meio ambiente e não estejam baseados em condições de trabalho indignas para os operários.
Qualidade ambiental interna e externa
1- Projetar utilizando técnicas que permitam uma construção mais econômica, menos poluente e que impacte de forma menos agressiva o meio ambiente;
2- Evitar ao máximo a impermeabilização do solo;
3- Evitar danos à fauna, flora, eco-sistema local e ao meio ambiente;
4- Planejar toda a obra e futura operação do edifício procurando minimizar a geração de lixo e resíduos;
5- Evitar todo e qualquer tipo de contaminação, degradação e poluição de qualquer natureza, visual, sonora, ar, luminosa etc;
6- Promover a segurança interna e externa do edifício e seus usuários;
7- Implantação e otimização de todos os recursos para a correta coleta seletiva do lixo, visando a reciclagem de materiais e a menor geração de resíduos descartáveis;
8- Evitar grandes movimentos de terra, preservando sempre que possível a conformação original do terreno;
9- Elaborar um plano eficiente de drenagem do solo para durante e após a execução das obras, evitando-se danos como erosão ou rebaixamento de lençol freático.
Fonte: ASBEA – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura
* Publicado na edição n. 79 (maio/junho 2008) do Informativo do Instituto Ecológico Aqualung (acesse aqui).
Um comentário:
Quero saber se existem leis ou normas para construção sustentável e quais são elas?
Obrigada
Emilia
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