Por Jaqueline B. Ramos*
“Limpeza marinha” comprometida
“Limpeza marinha” comprometida
Um recente estudo feito pela Universidade de
São Paulo (USP) concluiu que ambientes
marinhos que vivenciam um maior impacto de
atividades humanas e um maior nível de
contaminação fecal têm sua reciclagem natural
alterada. O motivo é a redução de diversidade
das bactérias chamadas de quitinolíticas,
microrganismos fundamentais para os
ecossistemas marinhos. Elas produzem uma
enzima conhecida como quitinase, que exerce
papel importante no processo de degradação
da quitina, principal constituinte do exoesqueleto
dos artrópodes e moluscos. A pesquisa foi
orientada pela professora Irma Rivera, que
coordena o projeto de pesquisa Diversidade de
microrganismos marinhos, com ênfase em
proteobactérias vibrios, colífagos, leveduras e
bactérias quitinolíticas na região costeira do
estado de SP. “O nível de contaminação fecal
presente em cada ambiente estudado
influenciou significativamente a diversidade e o
potencial enzimático das bactérias. A maior
diversidade – abrangendo 19 gêneros – foi
encontrada nas amostras do canal de São
Sebastião e de Ubatuba, que têm médio e baixo
nível de impacto antropogênico”, explica.
São Paulo (USP) concluiu que ambientes
marinhos que vivenciam um maior impacto de
atividades humanas e um maior nível de
contaminação fecal têm sua reciclagem natural
alterada. O motivo é a redução de diversidade
das bactérias chamadas de quitinolíticas,
microrganismos fundamentais para os
ecossistemas marinhos. Elas produzem uma
enzima conhecida como quitinase, que exerce
papel importante no processo de degradação
da quitina, principal constituinte do exoesqueleto
dos artrópodes e moluscos. A pesquisa foi
orientada pela professora Irma Rivera, que
coordena o projeto de pesquisa Diversidade de
microrganismos marinhos, com ênfase em
proteobactérias vibrios, colífagos, leveduras e
bactérias quitinolíticas na região costeira do
estado de SP. “O nível de contaminação fecal
presente em cada ambiente estudado
influenciou significativamente a diversidade e o
potencial enzimático das bactérias. A maior
diversidade – abrangendo 19 gêneros – foi
encontrada nas amostras do canal de São
Sebastião e de Ubatuba, que têm médio e baixo
nível de impacto antropogênico”, explica.
Lixo virando energia
Gerar energia a partir do aproveitamento do lixo
doméstico é uma idéia que está mais próxima de
virar realidade no Brasil. Pelo menos no segmento
de plástico. Inspiradas em tecnologias existentes
em outros países do mundo baseadas no poder
calorífico das sacolas plásticas e na discussão mais
ativa da Política Nacional de Resíduos Sólidos,
grandes empresas do setor já anunciam possíveis
resultados práticos já para 2010. “Estamos
analisando alternativas tecnológicas para a
solução energética (do uso do lixo e das sacolas
plásticas), que não pelo tradicional sistema de
queima”, revelou recentemente o diretor de
Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge
Soto. Já a Plastivida assinou em setembro um
acordo com a Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe) para
promover a reciclagem energética dos resíduos
sólidos no Brasil. Ao mesmo tempo, intensificou
as conversações com parlamentares para incluir
o tema na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O Brasil ainda analisa a viabilidade da construção
da primeira usina de reciclagem em larga escala,
mas países como Japão e Alemanha já têm parte
significativa do lixo destinado à geração
energética. Segundo levantamento da Plastivida,
há mais de 850 usinas de reciclagem energética
ao redor do mundo. Por aqui, a única unidade -
ainda em escala piloto - a apresentar números
significativos é a Usinaverde, um projeto
instalado no campus da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ).
Biocombustível no ar
(Iata) anunciou em outubro que prevê o uso de
6% a 7% de biocombustíveis na frota mundial
de aviões até o ano de 2020, com o objetivo do
setor atingir as metas de redução das emissões
de CO2. A Iata representa 230 companhias
aéreas e 93% do tráfego aéreo no mundo e prevê
uma melhora da utilização do combustível nos
aviões de 1,5% ao ano até 2020, além de uma
redução da metade das emissões até 2050, em
relação a 2005, e uma estabilização das emissões
a partir de 2020. Atualmente a Iata trabalha no
desenvolvimento de biocombustíveis de segunda
geração, elaborados com algas que podem ser
misturadas ao querosene comum. A idéia é obter
a certificação destes biocombustíveis em 2010.
Segundo a agência, o setor aéreo emite
aproximadamente 620 milhões de toneladas de
CO2 ao ano e conseguiu reduzi-las em 70
milhões de toneladas ano passado graças à
melhorias no controle do tráfego aéreo e no
encurtamento de alguns itinerários.
Drástica redução de desmatamento
na Amazônia
O governo brasileiro assumiu oficialmente o
compromisso de reduzir em 80% o
desmatamento da Amazônia até o ano de 2020,
evitando a emissão de 4,8 bilhões de toneladas
de CO2. A meta audaciosa foi anunciada em
outubro pelo próprio presidente Lula e foi
ratificada na COP-15, em Copenhague, em
dezembro. De acordo com estimativas
governamentais, cerca de 60% das emissões
brasileiras de gases-estufa são provenientes das
queimadas.O número divulgado por Lula
respalda a proposta do Ministério do Meio
Ambiente para a reunião da ONU, segundo a
qual o Brasil estabilizaria suas emissões de 2020
em valores de 1994 com a redução do
desmatamento também em outros biomas, a
ampliação do uso de biocombustível e um maior
investimento em hidrelétricas. O governo
brasileiro também ressalta a importância da
contrapartida dos países ricos, que devem assumir
compromissos não apenas para diminuir as
emissões, mas também de “pagar” pelo estrago
que já fizeram.
compromisso de reduzir em 80% o
desmatamento da Amazônia até o ano de 2020,
evitando a emissão de 4,8 bilhões de toneladas
de CO2. A meta audaciosa foi anunciada em
outubro pelo próprio presidente Lula e foi
ratificada na COP-15, em Copenhague, em
dezembro. De acordo com estimativas
governamentais, cerca de 60% das emissões
brasileiras de gases-estufa são provenientes das
queimadas.O número divulgado por Lula
respalda a proposta do Ministério do Meio
Ambiente para a reunião da ONU, segundo a
qual o Brasil estabilizaria suas emissões de 2020
em valores de 1994 com a redução do
desmatamento também em outros biomas, a
ampliação do uso de biocombustível e um maior
investimento em hidrelétricas. O governo
brasileiro também ressalta a importância da
contrapartida dos países ricos, que devem assumir
compromissos não apenas para diminuir as
emissões, mas também de “pagar” pelo estrago
que já fizeram.
Consumo consciente em escolas
Projetos de consumo consciente de energia
elétrica e água desenvolvidos em escolas públicas
do estado de São Paulo já estão apresentando
resultados bastante significativos. Segundo
dados da Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo – Sabesp, a redução do
consumo médio de água já chegou a 37%,
considerando o trabalho desenvolvido com o
Programa de Uso Racional da Água (Pura) em
quase 700 escolas públicas. A água economizada
pelas escolas é suficiente para abastecer cerca de
16 mil pessoas. E a partir de 2010, o Programa
de Eficiência Energética, da Secretaria da
Educação, em parceria com a AES Eletropaulo,
pretende gerar uma economia de até R$ 1,7
milhão. Para a redução de consumo de energia
elétrica estão sendo trocadas lâmpadas e reatores
por aparelhos mais modernos e econômicos. A
medida deve gerar uma economia de
aproximadamente 5.850 MWh/ano, o
equivalente ao abastecimento de 6.790
residências durante um ano.
Medição de poluição sonora marinha
Pesquisadores da Universidade do Algarve, de
Portugal, criaram uma espécie de gravador digital
para medir a poluição sonora submarina. O
objetivo é proteger baleias, golfinhos e peixes
medindo a poluição sonora no mar e evitando
problemas como ruptura de ligações sociais,
perda de sensibilidade auditiva temporária e
permanente e maior cansaço dos animais por
gastarem mais energia para se comunicarem e
localizarem alimentos. O protótipo do aparelho
começará a ser introduzido no mercado em 2010.
Os ruídos subaquáticos provocados por
explosões durante obras marítimas e barulhos
das explorações petrolíferas e a poluição sonora
provocada por cargueiros e petroleiros nos
portos marítimos e nas suas rotas perturbam os
animais marinhos e podem, nos casos mais
severos, causar a morte de forma indireta. Para
os golfinhos e baleias, por exemplo, que se
comunicam por meio do som com diversos fins,
é fundamental que nada quebre essa dimensão
comunicacional. O protótipo português está em
sintonia com resoluções da União Européia, que
aprovou uma diretiva em 2008 com objetivo cujo
objetivo é atingir metas de qualidade ambiental
do ruído debaixo de água até 2020.
Selo único para orgânicos
à sociedade, o Ministério da Agricultura instituiu
o selo único para produtos orgânicos no Brasil
em novembro. O selo só pode ser usado nos
orgânicos produzidos em unidades credenciadas
pelo ministério e visa padronizar os critérios de
certificação dos produtos advindos de sistemas
naturais e sem agrotóxicos, facilitando também
a escolha e segurança da origem do produto por
parte do consumidor. A partir de agora a exceção
da obrigatoriedade de certificação dos orgânicos
vale para os produtos da agricultura familiar, que
podem ser vendidos diretamente aos
consumidores, desde que os agricultores estejam
vinculados a uma organização de controle social
(OCS). De acordo com o Ministério da
Agricultura, o selo só será conferido após
rigorosos exames de controle de qualidade de
solo, da água e reciclagem de matéria orgânica.
* Publicado no Informativo do Instituto Ecológico Aqualung n. 89 - janeiro/fevereiro 2010. Veja o informativo completo aqui.
Um comentário:
O aquecimento do Globo
Os maiores responsáveis pela emissão de gás carbônico na atmosfera somos nós, os seres racionais. Por conseguinte, o aquecimento do globo terrestre está relacionado ao comportamento humano; o amor a si mesmo, à vida, à natureza e ao planeta. A mesquinhez, o materialismo, a ganância, a violência no campo e na cidade, a agressão ao meio ambiente, que geram a poluição.
O século passado foi marcado pelo otimismo e, talvez, por exagerada autonomia, quando se pode conquistar muita coisa, como o extraordinário avanço da tecnologia. Foram vencidos todos os obstáculos no espaço, coisa que antes era tida como impossível, o homem alçou vôo e pousou na Lua.
O sistema de telecomunicações e o progresso da ciência alcançaram seu ápice... Crescemos e suplantamos opiniões e tínhamos a certeza de que o mundo melhoraria, e isso traria retorno fundamental para todos os momentos e que esse progresso nos daria o controle da natureza, o que tem sido um grande problema.
A partir de então ficamos todos preocupados com o degelo dos pólos, com a abertura na camada de ozônio e com o aquecimento da terra. Então, esses descobrimentos que deveriam, em princípios, ser solução, devidamente controlados, colocariam o mundo em perfeita ordem e o transformaria na paz tão sonhada, tranqüilizaria enriquecendo-o cada vez mais. Mas foi mera ilusão. Tentamos transformar este planeta, a partir da ciência, num jardim em flores, mas o transformamos num inferno em chamas com o uso da inteligência para conquistar nossos sonhos.
Agora perdemos o fio da meada e vemos todos os dias à natureza pedindo socorro. Bastam nada mais, nada menos, que alguns minutos de vento forte e vendaval, para acontecerem terríveis desordens, agitação ecológica e isso nos deixa preocupado, e sem saber o que fazer. Vivemos momento complexo nesta natureza que nós mesmos tentamos controlar. E ai, fica a pergunta: “... E agora José...?”
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